quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Brincadeira do Copo: Parte 2 ~

Parte 2 – No hospital

O episódio com os quatro adolescentes foi definido como um acidente causado por uma brincadeira boba. Quando questionaram Bárbara sobre o que tinha acontecido ela disse que, no escuro, tropeçou e caiu várias vezes, esbarrando nas cadeiras. Ela preferiu não contar a verdade, pois quem iria acreditar que com uma brincadeira eles haviam evocado um espírito do mau?

Bárbara estava almoçando quando viu Artur, José e Caio entrarem pela porta de seu quarto no hospital onde se recuperava. Ela sentiu um aperto forte no coração, algo estava errado. Os três, que alguns dias antes eram alegres, fortes e vivos agora pareciam zumbis. Estavam pálidos, com os olhos fundos e andavam curvados.

“Nossa e eu pensando que tinha levado a pior.” – disse ela em seu tom brincalhão.

Ninguém riu. Seus olhares desesperados contavam que algo muito ruim estava acontecendo. Artur foi o primeiro a se aproximar. Ele se aproximou de Bárbara e segurou sua mão. Bárbara notou que ele estava segurando para não chorar.

“Aquela brincadeira foi um erro.” – disse Artur. “Você não faz idéia do que estamos sofrendo. E também pelo que aconteceu com você. Essa entidade que nós evocamos está nos atormentando, todos os dias e todas as noites.” – completou enquanto limpava uma lágrima caindo de seu rosto.

“Vocês tem que contar isso para seus pais. Alguém vai ajudar vocês.” – disse Bárbara.

“Não. Ele disse que se contarmos para alguém nós vamos morrer.” – respondeu Caio.

“Vocês jogaram de novo? Eu não acredito. Que falta de responsabilidade, olha o que aconteceu comigo.”

“Não tivemos escolha. Como eu disse, ele está nos atormentando. O fantasma aparece a qualquer hora ou lugar. Ele não pode se comunicar, mas eu o vejo o tempo todo. Dentro do meu guarda-roupas, no banheiro ou quando estou comendo. Quando durmo tenho pesadelos onde ele me leva para um lugar escuro e no sonho eu viro seu escravo. Ontem eu estava conversando com minha mãe e estava a ponto de contar tudo pra ela, mas ele apareceu. Ficou fazendo gestos como se estivesse cortando o pescoço dela ou a enforcando.” – respondeu José.

“O mesmo esta acontecendo comigo e com o Caio.” – completou Artur. “Eu peguei o tabuleiro e nos reunimos na casa do Caio. Lá o espírito nos disse que só vai nos deixar em paz quando nós fizermos a brincadeira do copo na cave.”

“Não contem comigo, eu já paguei caro pelo meu erro. Acho perigoso vocês o fazerem também, a energia de lá é negativa. Vocês já escutaram as histórias e lendas urbanas que envolvem o lugar. Isso está me cheirando como uma armadilha.” – disse Bárbara.

“É verdade. Mas que escolha nós temos? Eu tenho medo de contar para algum adulto e ele acabar saindo machucado, ou pior. Se não formos ele nunca irá nos deixar em paz.” – disse José. 

Enquanto os outros conversavam, Caio afastou-se do grupo e andou em direção a janela. Eles estavam no sexto andar do hospital e a paisagem que se via era linda e hipnotizante. Uma vontade de pular repentina correu por seu corpo. Ele não entendia aquele sentimento, mas pensava que saltar o faria sentir-se livre. Algo como solucionar um problema sério ou ler a última página de um livro ruim. Aquela sensação foi crescendo dentro dele e seguindo um instinto incontrolável ele subiu na poltrona que ficava a beira da janela. Alguém chamou seu nome com um grito. Ele sabia que era um grito pelo tom, mas a voz chegou abafada em seu ouvido. Ele decidiu que não era importante dar atenção ao chamado e colocou uma perna para fora da janela.

Todos gritaram e correram em direção a Caio. Bárbara foi a primeira. Ela saltou já em direção a janela. A agulha do soro presa ao seu braço rasgou sua pele. Ela gritou, mas sem hesitar por um segundo alcançou a camisa de Caio e o segurou firme. Os demais finalmente chegaram para ajudá-la a segurar o corpo de caio que todavia pendia para fora. Eles puxaram o rapaz para dentro e o deitaram no chão, segurando-o com força.

Piscando os olhos Caio parecia voltar a si. Com olhos confusos ele observou os três segurando-o ao chão. Percebendo que ele parecia voltar a si seus amigos o soltaram. 

“O que aconteceu Caio?” – perguntou Artur.

“Eu não sei, não consigo explicar. Em um momento eu estava aqui, no outro eu estava na janela prestes a pular. Um sentimento mais forte que me dizia para pular. Que estranho. Se não fosse por vocês eu estaria morto.” – respondeu Caio com voz tremula e olhos cheios de lágrimas.

Todos se viraram para Bárbara que segurava seu braço tentando estancar o sangue que saia do corte feito pela agulha quando ela pulou para salvar Caio. Ela franziu a testa.

“É só um corte bobo, vocês tem coisa muito mais importante para se preocuparem.” – respondeu com um tom áspero. 

Artur sentiu um frio na barriga. Uma vontade de abraçá-la. Observou com detalhes seu rosto branco e seus lábios pequenos e rosados. Bárbara era durona e as vezes mal encarada, mas ele sabia que por baixo de toda aquilo havia uma menina insegura e doce. Ele sentiu seu rosto queimando e sabia que estava vermelho. Com sorte ninguém iria notar. Será que ele estava se apaixonando por ela? Ele chacoalhou a cabeça e desviou seu pensamento. 

“Talvez depois que isso tudo estiver terminado.” – pensou.

Depois de algumas horas discutindo possíveis soluções para o problema e sem chegar a uma resolução os três rapazes foram embora. Logo depois, Sofia, mãe de Bárbara, chegou ao hospital.

“Oi filhóta.” – saudou Sofia. “Mamãe veio dormir com você.” – completou apertando a bochecha da filha que franzindo a testa tirou a mão da mãe de seu rosto. “Você está estressada nenê? Olha o que eu trouxe pra para a janta.”

Sofia retirou da sacola um hambúrguer e uma batida de morango. Bárbara como sempre tentou disfarçar a felicidade, pois gostava de fazer papel de durona até para sua família, mas sua mãe a conhecia bem. Cedendo finalmente a alegria de ver aquele x-tudo e o batida de morango ela abriu um belo sorriso.

As duas comeram e conversaram sobre diversos assuntos e assistiram televisão. Quando o hospital começou a ficar mais silencioso elas se prepararam para dormir. Sofia ajeitou-se no pequeno sofá do quarto. 

“Mãe, a senhora acredita em vida após a morte?” – perguntou Bárbara.

“Eu não sei filha. Eu procuro não pensar nisso. Você sabe, seus avós são católicos então eu ia a igreja quando era pequenas, mas na verdade não sei em que acreditar. Por que você esta perguntando?”

“Quando eu tive o acidente no auditório eu pensei que eu iria morrer e fiquei com medo. As vezes também tenho medo de espíritos, almas penadas e outras coisas.” – disse Bárbara procurando uma maneira de contar tudo para a mãe.

“Não tenha medo filha. Eu nunca vi ou senti nada, mas também nunca procurei. Eu acho que essas coisas são melhores se são deixadas em paz. E sobre a morte eu penso que se existe vida após a morte deve ter algo bom pra mim do outro lado, pois eu tenho a consciência limpa. Se não existe eu não saberei, pois estarei morta. Então pra que me preocupar.” – disse Sofia.

“A senhora tem razão. Boa noite.” – respondeu Bárbara.

As duas dormiam profundamente. Mestre, como gostava de ser chamado, andava de um lado para o outro no quarto do hospital pensando em alguma maneira de atormentar a vida delas e neutralizar Bárbara. Ele sabia que ela era uma ameaça ao seu plano. 

Ele era uma entidade demoníaca. Andava pela terra trazendo desgraça e sofrimento para as pessoas. Havia pouco que podia fazer em sua verdadeira forma. A surra que havia dado em Bárbara veio a grande custo. Materializar-se para tal feito não era fácil. Exigia energia acumulada por anos. Mas ele sabia que compensava, pois Artur era a conexão perfeita com o mundo material para poder continuar sua obra de terror. 

Ele sentia um grande poder em Bárbara. Ela tinha uma personalidade forte e uma força de vontade rara. Mas não era só isso, algo mais, mas ele não podia entender o que era. De qualquer maneira, ela era uma ameaça e ele tinha que acabar com ela ali mesmo. 

Mestre estava fraco para executar um assassinato sozinho. Sufocar-la seria simples, mas ele não conseguiria materializar-se o suficiente para segura-lá a cama e tampar sua boca e nariz ao mesmo tempo. Ele começou a enviar energias negativas para todos os lados requisitando ajuda de outras entidades. Não seria difícil conseguir, pois haviam muitos pelo mundo que o deviam favores. Não era incomum a troca de favores e o trabalho em grupo. Algumas atividades exigiam legiões inteiras para serem executadas.

Em questão de segundos, mãos saíam de baixo da cama entrelaçando Bárbara como correntes. Ela acordou imediatamente, tentou gritar, mas Mestre já tinha materializado suas mão e agora cobria não só a boca, mas também o nariz de Bárbara.

Sentindo-se vitorioso Mestre sorri desfrutando o momento, mas algo inesperado ocorre. Bárbara para de se debater e sua aura começa irradiar luz. Com o quarto mais iluminado ela pôde ver a imagem de mestre. Ele era horroroso, mas ela com seu bom humor imaginou que ele poderia ser o filho do Frankenstein com o Corcunda de Notre Dame. Mestre escuta os pensamentos de Bárbara e sente debaixo de suas mãos que a boca, que antes procurava desesperadamente por ar, agora sorria. 

Uma fúria incontrolável se apoderou de Mestre, ele foi perdendo sua concentração e suas mãos começaram a desmaterializar, fazendo com que a entidade ficasse mais furiosa. Nesse momento o inimaginável aconteceu. Mestre sentiu que Bárbara estava em sua mente. Pela primeira vez em milhares de anos era ele quem estava sendo invadido e dominado. 

Bárbara sentiu seus pulmões enchendo-se de ar novamente. Aliviada ela olhou para Mestre que parecia estar furioso. Ela o olhou nos olhos tentando imaginar o que ele queria. Uma imagem começou a se formar em seu pensamento. O sorriso que estava em seu rosto começou a desfazer-se.

Na primeira imagem, um homem estava carregando uma cruz passando por um corredor formado por uma multidão. Outros vinham atrás segurando chicotes na mão. Mestre estava ali. Ele não podia ser visto pelos demais, mas gritava dando ordens aos carrascos para seguir machucando o homem carregando a cruz. A imagem desfez-se.

Na segunda imagem, homens com trajes medievais lutavam entre sim. Soldados invasores trancavam as pessoas em suas casas ateando fogo ao teto de palha. As mulheres eram levadas para uma carroça fechada com grades de madeira enquanto esperneavam. Outra vez mestre estava ali gritando ordens de ódio.

Na terceira imagem, soldados vestidos de verde, com uma faixa com a cruz suástica amarrada no braço esquerdo estavam em volta de uma mesa onde observavam um mapa. Um homem de cabelo oleoso penteado de lado e com um bigode pequeno, apontava o mapa dando ordens a seus subordinados. Mestre estava ao seu lado sussurrando ao seu ouvido.

A quarta imagem mostrava o mundo mais moderno, o atual. Dois rapazes vestidos com sobretudos pretos e longos andavam por uma escola. Ao entrar em uma sala de aula eles abriram o sobretudo, sacando armas e matando vários de seus colegas. Novamente Mestre estava lá gritando e dançando ao som de gritos desesperados e armas de fogo.

A próxima imagem mostrava Artur e José caminhando por um shopping com cara de suspeitos. Cada um deles carregava uma mochila que parecia muito pesada. Antes que a imagem prosseguisse Bárbara começou a tremer. A vontade de acabar com Mestre foi aumentando, seu corpo irradiava cada vez mais luz até que uma explosão de energia vinda de seu corpo irradiou todo o quarto. Mestre a olhava confuso e com medo.

“Eu não vou deixar.” – disse ela.

Mestre e todas as mãos que a seguravam desapareceram do quarto. Bárbara olhou para sua mãe que estava dormindo sem saber de nada que estava acontecendo. O relógio ainda apontava cinco da manhã. Ela iria esperar amanhecer e contar tudo aos demais.

Enquanto isso, Mestre estava nos confins da Cave. Tudo havia mudado. Como iria executar seu plano agora? Ele sabia que o mundo estava cheio de gente com poderes como o de Bárbara, mas ele sempre tomava cuidado para não se aproximar de uma delas. O poder da garota estava adormecido e ele o havia despertado. Maldição. Agora mais do que nunca ele não podia falhar ou poderia sofrer sérias conseqüências. Ele não iria falhar.

Agora sua única chance de sucesso seria pressionar os três rapazes a fazerem a brincadeira do copo na caverna antes de Bárbara contar o que havia visto ou pudesse intervir. Uma vez que conexão com Artur fosse completa e o rapaz seria seu escravo até a morte.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

- A Mulher da Boca Rasgada ( Kushisake-onna) ~

Bem esta semana eu estava teclando com minha amiga, e ela tocou num assunto que eu sempre ouvi falar e tal... Lendas Urbanas Asiáticas, eu gosto bastante e resolvi postar uma bastante conhecida. que por sinal existe um filme com diversas histórias, bem vamos lá e FELIZ 2014 ^^ 




Kuchisake-onna era uma mulher
linda. Esposa de um samurai ciumento, violento e líder da vila onde viviam. Por
sua beleza ela era cobiçada por vários homens da vila que apesar de serem
submissos ao seu líder não resistiam aos encantos de
Kuchisake-onna.


Um dia, seu marido juntou
todos os guerreiros da vila e deu-lhes a noticia que partiriam para a guerra e
que mesmo sendo vitoriosos iriam ficar muito tempo longe de casa. Vários meses
se passaram desde a partida de seu marido e Kuchisake-onna estava cada vez mais
triste e depressiva, pois nem tinha certeza que o marido estava vivo. Até que
ela conheceu um jovem samurai que não se juntou ao seu marido por ser jovem e
não ter treino suficiente para a guerra, Kuchisake-onna o seduziu e passaram a
ter um caso as escondidas. 


Passado alguns anos seu marido
regressou, mas Kuchisake-onna havia mudado, estava apaixonada pelo jovem samurai
e seu marido começou a desconfiar de sua fidelidade e certo dia ele encontrou-os
conversando amigavelmente. Com ciúmes ele matou o jovem samurai e cortou a boca
de Kuchisake-onna de orelha a orelha, gritando: “Quem vai te achar bonita
agora?!”



Por causar desonra ao
marido e líder ela foi expulsa da vila e condenada a viver dentro da floresta.
Uma velha senhora que por pena a levava comida encontrou Kuchisake-onna morta
pendurada pelo pescoço em seu casebre. Dias depois do enterro de Kuchisake-onna
seu ex-marido foi encontrado morto com a boca cortada de orelha a orelha bem
como sua garganta.



Desde então o espírito vingativo
de Kuchisake-onna anda pelas ruas do Japão aterrorizando as pessoas e
principalmente adolescentes. Conta-se que o seu
fantasma
 aparece em trajes vermelhos como o sangue e usa uma máscara cirurgica para andar
despercebida pelas ruas do Japão. Ela então aborda uma pessoa e pergunta "Eu sou
bonita?", a pessoa diz que sim, então ela retira a máscara e pergunta "mesmo
assim?". Se a pessoa disser que Não, ela rasga-lhe a boca e mata, e se a pessoa
disser, por educação, que sim, 
Kuchisake-onna diz: "Então você
irá se parecer comigo" e corta de canto a canto a boca da pessoa, no entanto, a
deixa viver. 
Em 2007, lançaram no Japão o
filme Kuchisake Onna, baseado nesta sinistra lenda. 

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

- A Brincadeira do Copo Pt. 1 ~

Artur é um adolescente que todos consideram atentado, mentiroso, desafiador, problemático e enxerido. Ele esta sempre se metendo em encrenca e levando outros junto. Ele gosta de invadir casas abandonadas, ir a lugares proibidos e fazer tudo que os adultos dizem que não pode ou é perigoso. Artur vai descobrir que certas coisas são melhores quando deixadas quietas.

Quatro adolescentes estavam sentados na biblioteca da escola onde estudavam quando Artur chegou. Todos ali tinham treze ou quatorze anos. Eram três e meia da tarde e apesar de estudarem de manhã, eles estavam ali para fazer um trabalho.

“Fala ai galera.” – disse ele, vendo todos se virarem em sua direção. “Vocês não sabem o que eu consegui.” – continuou tirando uma caixa da mochila. “Isso aqui é um tabuleiro de ouija. Com esse tabuleiro agente pode brincar da brincadeira do copo.


“Agora o Artur pirou de vez?” – Disse uma das garotas. “Nem louca eu vou mexer com isso. To fora, não quero nem escutar o resto.” – completou já se levantando da mesa e saindo.

Os demais esticaram seus pescoços em direção ao tabuleiro. 

“Vamos para o auditório, eu vi os alunos da terceira série terminando o ensaio da apresentação do dia das mães e a porta ficou aberta. O zelador só volta para trancar no final da aula.” – disse José, um dos melhores amigos de Artur.

Sem mais nenhuma palavra eles pegaram suas mochilas e foram para o auditório.

O auditório era grande, podendo acomodar facilmente trezentas pessoas ou mais. Na parede da direita ficava um conjunto de janelas com mais ou menos dois metros de altura que iluminavam muito bem o ambiente. Cortinas grossas de veludo azuis estavam amarradas a cada poucos metros. A entrada do auditório por dentro da escola era ao lado do palco. Havia outra entrada pelos fundos do auditório que dava para fora da escola e era acessada por uma sala adjacente, mas era aberta para os pais somente quando havia alguma apresentação. Essa porta era de vidro com grade de ferro trabalhada em desenhos de flores. Eles foram para os fundos de modo que se algum professor ou o zelador entrasse no auditório eles poderiam ficar escondidos atrás dos assentos. 

Artur colocou o tabuleiro no chão atrás da última fileira de assentos e todos sentaram ao redor. Eles estavam ansiosos para começar. Alguns sorrindo, outros com medo e sentindo o coração pular dentro do peito, mas com vergonha de dar para trás. 

“Certo, agora todo mundo coloca a mão em cima desse objeto aqui.” – disse Artur mostrando um objeto circular com uma seta pintada. “Nós temos que invocar algum espírito. Se concentrem e vamos tentar chamar algum.”

“Deixa eu tentar.” – disse Bárbara, uma das mais loucas ta turma. “Pedimos que algum espírito ou entidade venha falar conosco. Juntem-se a nossa volta e responda a nossas perguntas.” – completou. 

Eles se entre olharam esperando que algo acontecesse ou o objeto se movesse. Por vários segundos nada aconteceu, o suspense ficava mais intenso. Um deles estava prestes a dizer algo quando Bárbara gritou. O som de terror fez com que todos saltassem longe, olhando com horror para ela que já dava gargalhadas pela peça que ela tinha pregado nos colegas.

“Mas você é muito idiota mesmo Bárbara. Vai para o inferno.” – resmungou José.

“Eu não estou gostando nada disso.” – disse Caio, o mais franzino e medroso da turma.

“Calma gente, só uma brincadeirinha pra descontrair, vamos começar de novo. Dessa vez é sério e sem brincadeira.” – respondeu Bárbara.

Todos se sentaram novamente em volta do tabuleiro e colocaram as mãos sobre a peça. 

“Há algum espírito entre nós?” – Perguntou Artur.

O objeto começou a mover-se lentamente e foi arrastando até a seta apontar para a palavra “SIM”. Eles arregalaram os olhos. 

“Não sou eu, se alguém estiver brincando agora é hora de parar.” – disse Bárbara.

“Você pode dar alguma outra manifestação da sua presença?” – perguntou de novo Artur. 

Uma pancada alta vinda da janela fizeram todos se assustar. Artur arregalou os olhos e sorrindo continuou.

“A Bárbara vai passar de ano?”

A peça se moveu lentamente para a palavra NÃO.

“A esse ponto do ano e com as minhas notas eu não preciso de espírito nenhum me dizer isso. Agora eu vou perguntar algo sobre você. Espírito, o Artur vai ter uma morte lenta e dolorosa?”

A peça lentamente se moveu para a palavra SIM.

“Você esta passando dos limites Bárbara.” – reclamou Artur franzindo a testa, enquanto os outros tremiam de medo “Você pode nos dizer seu nome, ou te chamamos de espírito?”

A peça novamente começou a mover. Primeiro, moveu-se lentamente até a letra M, depois a letra E, depois S e com uma velocidade anormal completou com as letras TRE.

“Mestre?” – perguntou Bárbara. “Está de sacanagem.” – completou.

“Você não quer deixar o espírito bravo.” – disse Artur. “Mestre, você pode nos responder tudo que queremos?”

Outra vez a peça moveu-se demasiadamente rápido. Todos olhavam com olhos arregalados para o tabuleiro lendo, AQUI NÃO. 

“Onde então?” Perguntou Artur. 

Bárbara e os outros garotos retiraram suas mãos do objeto. Artur por fim retirou sua mão também e antes que ele pudesse dizer qualquer coisa a peça moveu por si própria. Em um ritmo acelerado o objeto soletrou “CAVE”.

Artur sorriu. Cave era como os adolescentes chamavam uma caverna que ficava em um parque da cidade. Apesar de ser proibido entrar nessa caverna os jovens sempre se reuniam lá para usar drogas ou outros atos de promiscuidade. O lugar em si tinha uma energia negativa que assustava Bárbara que havia ido ao local pouquíssimas vezes.

“Nunca que eu vou entrar na cave pra fazer essa brincadeira estúpida. E vocês também não deveriam. Eu já escutei muitas histórias onde as pessoas se deram mal. Agente não sabe quem ou o que está nos respondendo.”

“Você não quer deixar o espírito bravo, quer Bárbara?” – perguntou de novo Artur.

Antes mesmo que Artur pudesse terminar de pronunciar o nome de Bárbara as cortinas do auditório se fecharam. A escuridão no auditório era completa e o terror começou.

Bárbara sentiu duas mãos tocarem seus ombros com força e arremessando-a longe. Ela foi escorregando no piso de madeira encerado, um de seus tênis voando para o lado. Ela gritou alto, queria falar, mas não encontrava palavras. Ela sabia que não havia sido empurrada por um de seus amigos, nenhum deles tinha tamanha força. 

As mãos outra vez lhe tocam, desta vez nos braços. Ela foi puxada, distanciando ainda mais de seus amigos que gritavam seu nome desesperadamente. Bárbara rolou e ficou de bruços para tentar levantar, mas foi detida por uma mão em sua cabeça que puxando seus cabelos, elevou sua cabeça alguns centímetros e logo depois arremessou-a contra o piso. Sangue escorria misturado com suas lágrimas e saliva. Em choque, com dor e sem forças ela se entrega e para de se debater.

Bárbara havia aceitado sua morte. Começou a rezar para que a morte fosse rápida para que seu tormento acabasse. Ela pensou em seus pais. Sendo filha única o sofrimento deles seria insuportável, especialmente para sua mãe. Novamente ela sentiu uma dor excruciante, agora em suas costas. A dor foi seguida de um barulho de chicote. As chicotadas continuaram até que ela, não suportando mais, desmaiou.

O resto da turma não via nada, mas ouvia tudo. Aterrorizados, eles correram para a sala adjacente onde se encontrava a porta de vidro grande que dava para fora da escola. Gritando e esmurrando a porta eles conseguiram a atenção de alguém que passava na rua.

“Moço, socorro. Estamos trancados aqui, avise na secretaria e peça que alguém venha abrir para nós. Uma de minhas amigas está machucada.”- gritou José para o homem do lado de fora.

Ele fez um sinal de positivo com o polegar e saiu em direção a entrada da escola.

Passado alguns minutos eles escutaram mais barulho no auditório e foram ver se era a ajuda chegando. A diretora, seguida da coordenadora e do zelador entraram furiosos e quando viram Bárbara no chão foram a seu socorro tirando sua atenção dos demais. Aproveitando o momento Artur enfiou o tabuleiro em sua mochila.

O zelador correu para cima do palco e desaparecendo atrás da cortina acendeu as luzes. A coordenadora e a diretora se ajoelharam ao redor de Bárbara. 

“O que aconteceu aqui?” – perguntou a diretora.

“Nós só estávamos brincando. Fechamos as cortinas e a Bárbara começou a gritar. Pela escuridão não conseguimos encontrar a porta. Acho que ela teve um ataque e caiu.” – respondeu Artur, recebendo olhares fulminantes de José e Caio.

“Direto para a diretoria, os três.” – resmungou a coordenadora.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

- Algo no Espelho: O "Eu" Maligno ~

A muitos anos atrás, existia uma lenda dizendo que dentro do espelho você podia ver seu eu maligno e se você não se arrependesse de seus pecados, você morria ao olhar para o espelho. Essa lenda de séculos atrás foi chamada de a lenda do Eu maligno. Paulo não acreditava nessas coisas, 17 anos, um garoto simpático, mas quieto na dele. Se preparava para uma festa na casa da garota que gostava. Não, ela não sabia disso, tinha namorado sério e era apenas conhecida de Paulo. Paulo estava sempre fazendo planos para conseguir ficar com Gabi, mas nunca conseguia chance ou oportunidade de pegá-la.
Estava preparando um novo plano enquanto se vestia rapidamente já atrasado. Preparava algo, mas tinha medo de usar. Colocara então como plano B. Queria se divertir na festa, mas possuía más intenções também. Suor e nervoso, uma grande vontade de estar com a garota que amava o deixava doido, mas ele tinha que aguentar, aguentar até o final, até o final da festa para conseguir conversar com ela e confessar seu amor. Mas não era um amor do qual você chama de lindo e maravilhoso, era um amor macabro e psicótico. Ele queria tê-la e ia tirá-la dos braços de qualquer um. Ele sentia o cheiro dela de longe, pensamentos e pensamentos deles dois juntos. Deles dois casando. Dela virando sua escrava pela eternidade.
Estava quase vestido, olhava para as 400 fotos da garota. Ele tirava todas secretamente na escola. Tudo quanto é foto, sentada, em pé, ele gostava das fotos dela lutando karatê, tirava as fotos escondidamente da janela da sala de karatê, mas todas que tinham seu namorado, ele rasgava a cabeça do garoto ou cortava a foto ao meio. Um amor perigoso formado por psicose e raiva, mas nada de um amor daqueles.
“ Aqui estou” Falava pronto praticamente jogando perfume na roupa.
Chegara rapidamente na festa, nada de Gabi. “ Onde ela está?” Perguntava para todos, ninguém sabia. Subira nas escadas e encontrara Gabi e o namorado se beijando. Ódio e dor e mais ódio. O tempo foi passando e o garoto bebia e bebia sem se preocupar com a idade. Avistara a garota e foi correndo falar com ela. Bêbado soltou rapidamente um “ Eu te quero” e começou a beijá-la, ela deu-lhe um tapa e ele recebeu um soco do namorado irritado. Ficou sozinho na festa, pensava no plano B... queria fazer o plano B, mas não tinha coragem, até que viu os dois se beijando de novo. Não esperou, quebrou o espelho, pegou um caco e acertou o garoto no pescoço e depois a garota na barriga, saiu correndo para casa.
Nervoso e suor, raiva e ódio, barulho de sirene de polícia, passos e passos. O garoto parecia estar calmo, mas começou a escutar barulhos vindo do espelho, abriu rapidamente o armário e se olhou. Não era ele, ou será que era? Estava deformado e com olhos vermelhos, sorria malignamente e por 5 segundos o garoto viu do espelho tudo que tinha feito de ruim no dia. O monstro sorria, o garoto sorria sendo puxado para dentro do espelho, somente seus óculos foram achados no chão, chão sujo de sangue e o espelho reduzido a mil cactos. Pense duas vezes antes de fazer algo errado, os espelhos te observam. Eles estão em toda parte... 



domingo, 1 de setembro de 2013

- A Clarity Day Comes / Blessed Be ~

Boa Noite Galera! 

Bom faz tempo que não passo aqui  tal por falta de tempo... mas vamos atualizar !

Entrei para um Coven de estudos Wiccanos ^^ é bem legal e tal, mais ainda estou indeciso se vou me iniciar ou não ainda estou vendo isso.

Continuo trabalhando no Ocultismo e tenho assuntos a tratar do outro lado e tal... E a cada dia que passa minha vida vai se tornando a melhor possível *---*  

Bom vou postar aqui sobre a Deusa que eu cultuo a DEUSA GAIA ( Grande Mãe) 

Antes do homem ser criado, só havia terra e ar e antes mesmo de existir o ar e a terra, se necessitava de um lugar para estes se manifestarem. Este lugar era o Caos: que era o lugar onde existia só a possibilidade de ser. No sonho do Caos só existia o Pensamento, que crescia e palpitava e este Pensamento estabeleceu a Ordem. Tão poderoso e eficaz foi este Pensamento que chamou a si mesmo de Eros, e ao pronunciar aquele nome, o Caos se transformou no Momento.


Do Caos e Eros surgiram a obscuridade chamada Nyx e o movimento chamado Boreas, o vento.Em sua primeira dança cósmica, Nyx e Boreas, giraram em movimento arrebatado e frenético até que tudo que era denso e pesado descendeu, e tudo que era leve ascendeu. A matéria densa era Gaia e de sua chuva e de sua semente proveu sua descendência.A princípio, de Gaia nasceu Urano ou o Céu, que uniu-se a ela gerando os gigantes, feios, violentos e poderosos Titãs, os Titânides, incluindo Cronos, o Devorador Pai do Tempo. Urano não tolerava os filhos e logo que nasciam, os empurrava de volta para dentro do útero, para o fundo da Terra Mãe, onde estagnavam pela ausência de luz, atividade e liberdade. Finalmente um deles, Cronos, foi secretamente removido do próprio útero da Mãe Gaia e quando o Pai Urano desceu para cobrir Gaia, esse filho titânico rebelde e irado castrou-o.

Depois libertou seus irmãos e irmãs e, com isso deu início à era dos Titãs.Segundo Hesíodo, o movimento de saída da constelação Urano começa quando Gaia fica sobrecarregada com o fardo dos filhos, que lhes foram socados de volta ao ventre. O incômodo de Gaia, devido ao peso e à pressão dos filhos titânicos em seu útero, prenuncia o início de um plano que trama derrubar seu marido-filho Urano valendo-se de Cronos, o filho heróico.O sangue de Urano jorrou sobre a terra gerando outros Deuses, como as Erínias (Fúrias), as Meliae (ninfas do espírito das árvores) e os Gigantes. Cheio de mágoa e em conseqüência da mutilação de que fora vítima, Urano morreu.As representações de Cronos que se seguiram não são muito consistentes; de um lado, dizem que seu reino constituiu a Idade do Ouro da inocência e da pureza, e, por outro lado, ele é qualificado como um monstro, que devorava os próprios filhos. Em grego Cronos quer dizer o Tempo. Este Deus que devora os filhos é, diz Cícero, o Tempo, o Tempo que não sacia dos anos e que consome todos aqueles que passam.Da união de Gaia e Urano nasceram também: Hipérion, Japeto, Réia ou Cibele, Temis, Febe, Tetis, Brontes, Steropes, Argeu, Coto, Briareu, Giges.Dizia-se que o homem nascera da terra molhada aquecida pelos raios de Sol.
Deste modo, a sua natureza participa e todos os elementos e quando morre, sua mãe venerável o recolhe e o guarda em seu seio.No mito grego, não há nenhuma razão que explique o porque, Gaia e Urano, depois de terem criado tantas coisas bonitas, geraram os titãs, filhos violentos, de força horrorosa e terrível. No entanto, sua chegada significa o fim de uma antiga ordem.A Terra, às vezes tomada pela Natureza, tinha vários nomes: Titéia, Ops, Vesta e mesmo Cibele.Algumas vezes a Terra é representada pela figura de uma mulher sentada em um rochedo. As alegorias moderna descrevem-na sob traços de uma venerável matrona, sentada sobre um globo, coroada de torres, empunhando uma cornucópia cheia de frutos. Outras vezes aparece coroada de flores, tendo ao seu lado um boi que lavra a terra, o carneiro que se ceva e o mesmo leão que está aos pés de Cibele. Em um quadro de Lebrum, a Terra é personificada por uma mulher que faz jorrar o leite de seus seios, enquanto se desembaraça do seu manto, e do manto surge uma nuvem de pássaros que revoa nos ares.Gaia foi também, a profetiza original do centro de advinhação da Grécia Antiga: o Oráculo do Delfos. O Oráculo, considerado o umbigo da Terra, situava-se onde a sabedoria da terra e da humanidade se encontravam.
Como se respondesse a nossa atual crise de meio ambiente, o nome Gaia se escuta hoje em dia por todas as partes. Existe a "Hipótese de Gaia" do físico James Lovelock, que propõe que o planeta terra seja um sistema auto-regulado; a "consciência de Gaia", que instiga para que a terra e suas criaturas sejam consideradas um todo e simplesmente e o termo "Gaia", que expressa reverência faz do planeta um ser vivo de que toda a vida depende. A esse fenômeno está associada a idéia que só uma personificação do planeta pode devolver-lhe uma identidade sagrada, de modo que seja possível estabelecer uma nova relação entre os seres humanos e o mundo natural.



domingo, 14 de julho de 2013

- Wolf, Darkclouds And Underdogs ~

Boa tarde pessoas! 

faz tempo que não posto por aqui por falta de velocidade de conexão da internet mas enfim...

nesse pequeno tempo fora aconteceu coisas e essas coisas... são aquelas de sempre.
Terminei meu namoro, e comecei um novo mais ou menos 1 mês atrás.
Pois é eu cortei o cabelo pois cansei do outro, e aí já sabem né!

Estou trabalhando muito! e as coisas são bem confusas, pessoas com medo, demônios, valkyrias, espíritos e regressões. Fazem parte ! É nesses momentos que trago 1 maço de cigarro por hora e vinho é indispensável. 

Odiando o passado como sempre, estamos sendo inganados a quase 2 mil anos como diz meu amigo leandro. 

Pois é Leandro, um rapaz cheio de histórias e problemas para contar, pratica magia e entrou no ocultismo desde os 11 anos o rapaz tem 22 anos hoje.
Pessoa bacana! além de eu conhecer ele do outro lado também.  

É isso, semana que vem vou no aniversário da minha irmã, espero ocorrer tudo bem (risos) mas é isso só queria colocar isto aqui atualizado. 

Bom é isso... boas férias e boa tarde 


Wolves Kisses :* 


Elliot Zephyrus